O maior mito
é o de que o amor é cego. O amor nunca é cego. A paixão é cega, porque a paixão
é uma projeção de nossas próprias expectativas numa pessoa que aparentemente
amamos, mas que apenas nos atrai e que na realidade não existe da forma como
gostaríamos que ela fosse e muito provavelmente nunca será. O amor enxerga
muito bem, ouve muito bem, sente muito bem. O amor é consciente, nunca um
ébrio, porque para existir precisa ser real, e para ser real precisa ser
correspondido, e para ser correspondido precisa de ações, porque só o que
fazemos diz o que realmente somos e só se pode amar aquilo que conhecemos,
reconhecemos, aquilo que é de verdade, aquilo que é bom em essência e
sinceridade. Somos o que fazemos e não o que parecemos. Qualquer coisa que fuja
disso é doença, obsessão, tara. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo
suporta, não arde em ciúmes. O amor não é mesquinho, não se ensoberbece, não se
alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Sofre porque um dia o
outro morre. Crê porque um dia a gente se encontra de novo. Espera pela fé na
outra vida. Suporta porque é realmente capaz de amar na saúde e na doença. Não
tem ciúmes, porque o amor torna dois um só e seria ilógico ter ciúmes de si
mesmo.
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