Todo mito tem sempre um lado B, toda mulher é meio Leila Diniz, toda nudez não será castigada, toda medusa moderna sabe o que faz com o seu cabelo, toda cabeça pode ter muitas ideias, muitas cabeças pensam mais que uma.
sábado, 11 de abril de 2015
Sobre o Musical do Cazuza
Sobre o Musical do Cazuza de hoje é o seguinte: é legal ouvir as músicas
cantadas por artistas em várias vozes. Difícil é entender a esteria de
uma plateia que na época era um zigoto. Aí vão dizer: 'lá vem o discurso
da coroa'. Que seja. Prefiro mesmo ser geração Y. Eu até curto as
músicas do Cazuza e acho que ele era um poeta talentoso. Mas se ele
pudesse estar aqui hoje, assistindo seu próprio tributo iria achar uma
caretice ou mesmo piegas, como ele dizia que era o amor. Talvez
gritasse "vocês não valem nada, nem eu", com a língua presa do deboche.
Porque o que o musical entroniza como filosofia de imortal, sob o coro
de uma multidão de perdidos numa noite suja, nos anos 80 não passava de
protestos exagerados que a gente nem levava tão a sério. Afinal, desde
aquele tempo que a gente, apesar mais inocentes politicamente, já sabia o
que estava errado com este país. E atacava a burguesia da qual Cazuza
era um autêntico exemplar. Mas garotos ricos não têm com que se
revoltar. E sem rebeldia não se vende disco de rock. O filho do dono da
gravadora só queria ser mais um cara. Daqueles que enchem o saco de
tanta apurrinhação e convocam a galera pra protestar de verdade amanhã,
contra essa piscina cheia de ratos e tantas ideias que não correspondem
aos fatos.
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